terça-feira, 15 de março de 2011

Ovos que são jóias

Os Ovos Fabergé são obras-primas da joalharia produzidas por Peter Carl Fabergé e seus assistentes no período de 1885 a 1917 para os czares da Rússia.
Os ovos, cuidadosamente elaborados com uma combinação de esmalte, metais e pedras preciosas, escondiam surpresas e miniaturas, encomendados e oferecidos na Páscoa entre os membros da família imperial russa.



Disputados pelos colecionadores em todo o mundo, os famosos ovos da Páscoa criados pelo joalheiro são admirados pela perfeição e considerados expoentes da arte joalheira.
Fabergé e os seus ourives desenharam e construíram o primeiro ovo em 1885. Ele foi encomendado pelo czar Alexandre III como um presente de Páscoa para a sua esposa Maria Feodorovna.
Exteriormente parecia um simples ovo de ouro esmaltado, mas ao abri-lo, revelava-se uma gema de ouro, que dentro de si possuía uma galinha, que por sua vez continha um pingente de rubi e uma réplica em diamante da coroa imperial. A imperatriz Maria ficou tão impressionada com o presente, que Alexandre acabou por nomear Fabergué como o “fornecedor da corte” e passou a encomendar um ovo por ano, sob a determinação de que este fosse único e contivesse uma surpresa.
O seu filho, Nicolau II, deu sequência à tradição e anualmente presenteava a sua esposa, Alexandra Feodorovna.
Cinquenta ovos imperiais foram produzidos para os czares Alexandre III e Nicolau II, e outras dessas jóias também foram encomendadas por membros da nobreza.
Assim que um tema era escolhido, uma equipe de artesãos – dentre os quais Michael Perkhin, Henrik Wigström e Erik August Kollin – começava a trabalhar no Projeto. Dezenas de clientes particulares apareceram com a fama despertada pelos ovos imperiais.


A Páscoa era uma data muito especial na Rússia czarista: todos se beijavam e diziam “Cristo ressuscitou”, recebendo a resposta “Verdadeiramente, Cristo ressuscitou” e um presente. Os ovos representavam a nova vida que surgia, o renascer das esperanças.
Conta-se que esses ovos eram cuidadosamente guardados junto com o tesouro da família Romanov. Apesar da tragédia que se abateu sobre essa família com a chegada da Revolução Russa, o tesouro dos Romanov milagrosamente caiu no esquecimento.
Em 1921, um jovem médico americano, Armand Hammer, esteve na Rússia prestando serviços voluntários, e retirou do país a maior coleção privada de peças de Fabergé hoje conhecida. Conhecedor de arte, percebeu que um dos maiores tesouros de uma grande dinastia tinha sido esquecido. Junto com telas de grandes mestres, ele reuniu algumas centenas de peças das finas criações de Fabergé, como jóias em formatos de flor, animais produzidos com pedras semi-preciosas e grande variedade de bibelôs. Em negociações diretas com o governo russo, Hammer conseguiu comprar os 11 ovos imperiais de Páscoa criados por Fabergé que havia encontrado, junto com outras jóias da Coroa russa.

Este foi o primeiro ovo imperial feito por Fabergé, composto primariamente de ouro,  esmalte branco opaco , rubis e outras colorações de ouro. As surpresas, agora desaparecidas, eram uma coroa e um pendante, feitos de diamantes e rubis. O primeiro ovo Galinha, de 1885, marca a celebração do 20° aniversário de casamento do czar Alexandre III e Maria Fyodorovna. O czar precisava de um presente especial para sua noiva, e fez o pedido para o jovem joalheiro Peter Karl Fabergé.
O ovo foi revestido com um esmalte opaco de cor branca, para lembrar um ovo de galinha. As duas partes do ovo se abrem e revelam uma gema de ouro, contendo uma galinha, também feita de ouro, de várias tonalidades e olhos de rubi. Originalmente, continha uma réplica da coroa imperial, feita de diamantes, que escondia um pequeno pendante de rubi.
Esse ovo é uma variação do ovo existente na coleção real dinamarquesa, que Fabergé provavelmente viu durante suas viagens pela Europa. Seja a idéia de criar esse ovo de Fabergé ou do czar, Maria apreciou tanto o presente, que a tradição durou por mais de 30 anos, até a revolução Russa em 1917.
Em 1920 o ovo Galinha foi vendido pelos oficiais russos para um negociador em Paris ou Berlim. Em 1934 foi então vendido para Suenson-Taylor, conhecido como Lord Grantchester. Em 1976 foi adquirido pela La Vieille Russie, Nova York. Em 1978 foi vendido para Malcolm Forbes, o colecionador da revista Forbes, junto com o ovo imperial Ressurreição. Em fevereiro de 2004 foi vendido pela família Forbes, junto com outros 8 ovos imperiais e várias outras obras de Fabergé para a Fundação Link of Times na Rússia.

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